Onde eu moro
Onde eu moro,
É um lugar encoberto um pouquinho no mesmo
descoberto.
De um lado a serra, só mata nem se vejo a terra,
do outro lado uma vazão os olhos não alcança o mundão.
Cristalina desce rumo à bica e onde fica a bucha
de semente.
O sódio para limpar os dentes.
Onde
eu moro,
Na vazante se enxerga lá adiante a pastagem, gado
já acordado dando leite, na mesa rústica o enfeite.
Bolinhos de milho verde e o café pronto esperando
o leite.
Picada feita com os pés para ir à escolinha,
mamãe prepara merendinha.
Ainda é cedo, um frio azedo que racha os dedos.
Nunca tive medo sei que chegou a idade, vou
chegar à cidade.
Vou formar nossa vida vai melhorar.
Se bem que lugar igual aqui não há.
Onde
eu moro,
Não tem ilusão, não falta fruto, não existe
tristeza no coração.
Ganhar o mundo eu não quero se perder a vida que
tenho aqui no meu sertão.
Se eu partir quem sabe se vou voltar, pode o
mundo não me aceitar e minha vida desgraçar.
Quieto no meu mundinho, a natureza não me deixa
sem carinho, ilusão pra que se tudo se encontra certinho.
Onde
eu moro,
Não é escuro temos lua estrelas para brilhar
Canarinhos vivem soltos a cantar, bois carro a arrastar.
Aqui é um paraíso venerado, pelos animais também
sou amado.
Viver longe vai dar contrariedade
Morar no mato e a realidade
No mundo da aventura não haverá criatura
Aqui todos me viram nascer, também me viu
crescer.
Sinto é aqui onde eu moro que eu vou morrer.
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