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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vivo morto

 Vivo morto
Difícil viver morto! E porque estou morto?
Morri quando eu sem souber o que a sorte me reservava. 
Queria ter alguma coisa de melhor para meu viver, passei então buscar por fontes, que fizeram com que minha vida acabasse.
Não que eu desejava uma fonte de desejos, sem saber que ia ter que pagar.
“Claro que quando deseja uma melhora tem de correr atrás, para isso acontecer, mas se a sorte não ajudar como ficará após?”
Pois bem então meu desejo era buscar de todas as formas vida melhor e onde estaria a vida melhor?
Eu “vivia trabalhando normalmente tinha meu pouco salário, mal dava é claro” para o sustento.
Mas eu não tinha divida.
           Via minha três filhas sempre pedindo alguma coisa que eu não poderia comprar.
Tenho que sair dessa vida desgraçada pensava.
O que poderia fazer?
Como devo agir?
Minha mulher sempre dizendo que precisa isso e aquilo.
O bendito salário que ganhava não cobria as despesas, mas estava empregado.
Ganho tão pouco, mas ganho.
E porque então não ficar onde estou!
Tudo passava por minha mente e cada dia que se findava, ao chegar a minha casa, para meu desespero vinha até mim, à caçula dizendo que a mamãe estava nervosa, pois havia acabado o óleo ou mesmo o sal.
            Que desgraceira esta minha vida, maldição não ter tido a sorte do meu lado.
O que ainda me trazia um conforto era a caçulinha, nem mesmo as mais velhas eu via.
E quando a conta de luz e água chegava o dinheiro não era suficiente, vinha então o corte.
Borrachas, cadernos um monte de apetrechos para as três.
Não é porque o santo que eu não tive estudo que minhas não poderiam estudar.
            Ficavam com mais idade e apertos ainda mais vinham até mim.
Agora precisavam dos benditos esmaltes e fraldinhas da tapa frente.
E como custam caro esses, um melhor vestido, um tênis, a sandália que saiu diferente.
“Bendito louvado seja” a esposa sem um pingo de compreensão para saber que o tanto que ganho não é suficientemente.  
Por varias vezes ela mesma atacava com seus golpes de palavras, dizendo que já não aguentava mais a vida em que estava levando.
            O que poderia fazer?
Queria mesmo tira-las daquele, não ter muito.
Queria desabafar com alguém, mas com quem?
            Sabe não podemos contar com quase ninguém nesse mundo.
Primeiro porque passara na mente de quem esta ouvindo, porque teve filhos e outras infinidades de coisa que pensam e um caminho nenhum irá mostrar.
Tenho que me conter e ficar quieto com minha aflição;
Mas por outro lado tenho que falar com alguém para que não venha me tornar em um louco varrido.
            Sem mais sem menos surgi em minha vida um colega vizinho e como este era inteligente, pois do nada, agora tinha de um tudo.
Conversando me passou dicas, as quais iria então colocar em pratica, mas tamanha seria minha desilusão, com o passar dos tempos.
            De começo com as dicas que me deu, aluguei um ponto e parti para um comercio, onde venderia produtos para agricultura.
Sábia seria minha inteligência, com o pouco que havia adquirido em minha vida por inteira.
Aumenta a crientela, aumenta as compras e vira uma roda de gelo, que a qualquer momento vem o sol e derrete tudo.
Assim seria eu com o comercio, estava, ali, dentro faltando à fonte necessária que se chama sorte.
            Comprava com papeis e vendia fiado, aquilo era a desgraça em forma de gente, que em cidade pequena existe.
            O conhecimento é grande e por isso ficamos sem jeito de não vender, ainda mais quando se tem um que paga direitinho e diz que o outro e boa gente.
Tempo indo e agora chegava para completar a desgraceira, o atraso com os cheques de compras.
            Carimbo na frente, nas costas, preto, vermelho cobrança e mais cobrança, o que vêm agora fazer em minha porta, carimbando a primeira vez teriam que me procurar e eu explicaria a situação, parcelando o valor, de forma nenhuma daria o calote, mas não!
Vai e taxam como sola de botina zebu.
Roda de gelo ia se desfazendo pelas firmas e derretendo para tornar em água, sumindo na terra.
            Como a água some á vida agora já não é mais vida, sem nome o homem está morto.
Estando ele morto de nome, durante os cinco anos que a lei determina, passa não mais existir, claro que foi bem criada, mas cinco anos ainda é muito, para não poder sequer, ter um emprego digno, onde tem firmas que só admite com tudo limpinho.
            Estava então vivendo morto, e os cinco anos como demoram passar, se tinha algum centavo na mão comprava, se não tem pede-se ajuda aqueles que em, mas cidade, onde todos se conhecem, uns diziam não dá fulano ele teve até um comercio.
Safadeza vai ver que tem dinheiro escondido, deu golpe, os imbecis não sabem que fome há dentro de casa.
            Foi talvez um erro, mas se tivesse dado sorte com o que planejou.
Seria agora um senhor de nome na pequena cidade, mas a estrela vem para poucos e desses poucos, poucos aproveitam a estrela que tem.
            Cinco anos passados tem alguns que ainda existem na cobrança da divida, estes esqueceram que foram eles quem cravou o primeiro prego, dependurando o na cruz da morte.
Bancos ainda mantêm a cobrança, quase mês a mês, usando firmas financiadoras para tentar retornar o bem perdido, mas eles também esqueceram que fizeram parte da corrente no caminho do calvário.
            Que direito tem estes em cobrar, agora após cinco anos resta então eles apagarem os nomes de mal pagadores, para libertar o homem para uma nova ressurreição do morto vivo.

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