Hoje não tinha
assim nada de interessante para contar e escrever.
Vou falar de uma historinha de minha sobrinha
que residia no sítio.
Ela casou no mês de fevereiro há
seis anos atrás, sendo que desde quando nascerá sempre residiu ali no sítio de
seu pai, que é meu irmão.
Pois bem, minha sobrinha nunca
tinha saído do colo da mamãe, então se casou com um rapaz muito trabalhador, que
também morava ali pela região, fizeram um festão danado no dia do casamento.
Como dizem
vida de um é ruim, mas a vida de dois não fica atrás, tem que estar sempre
lutando junto para que de tudo certo e não finda a união com pouquíssimos dias,
ou mesmo ano.
Eles depois de três meses de casados,
como o rapaz trabalha na roça e ganha em torno de quinze reais por dia, dando um valor de noventa por semana, com este valor recebido
semanal estava dando para comer, eles não pagava aluguel e nem água.
Ali no
sitio os dois somente pagava a energia elétrica que girava em torno de doze
reais ao mês.
O marido de minha sobrinha sempre
foi e é um homem trabalhador, mesmo quando chove enfrenta com sua capa amarela
o tranco do serviço.
Já minha
sobrinha enquanto estava na companhia dos pais, não sei se era forçada, mas era
de trabalhar muito e não tinha serviço pesado ou difícil.
Como vivia na companhia dos pais
nunca ajuntou dinheiro ou mesmo teve uma roupa de primeira.
Cansando-se mudou completamente, já
no inicio deixou de trabalhar, passou ficar somente em casa, sendo ela agora
uma perfeita dona de casa.
Mas com o que o rapaz ganhava
claro; se não souber controlar recua mesmo.
Não que
eu seja um sabichão, mas vendo agora o que aconteceu , eu diria, começaram errado o modo de agir,
principalmente minha sobrinha, que sabia que o rapaz com quem estava casado,
era um moço pobre e seu salário é pequeno.
Então estando ali no sítio na
pequena casinha pé de serra, que meu irmão havia reformado, para eles morarem,
onde deveriam ter ficado.
Mas minha sobrinha deu em cima do
marido, para que eles mudassem para cidade e ele arrumar um emprego em firma ou
mesmo que fosse de servente, o importante para ela era estar em uma melhor, como
mesma disse.
Então o rapaz conseguiu um
emprego em uma selaria e minha sobrinha foi então trabalhar na pastelaria
central.
Até aí
nada de mais, mas o que vem a cavalo sem freio perde-se o domínio.
Ele saia do emprego às dezoito
horas e ela as vinte e três horas, ficava então por esperar por cinco horas, às
vezes dormia ate no sofá, com isso começou os desentendimentos, que em minha
opinião, não que seja machista, mas é natural da vida, ela deveria ter se
acomodado um pouco e não ter ilusões de luxuria.
Se
bem, que ter dentro de casa, uns elétricos domésticos melhores não é ilusão de
luxuria é simplesmente o desejo de todos e é tão pouco.
Isto também causa separação, não
que eles separaram, mas estiveram a beirinha.
Como sempre minha sobrinha
chegava às vinte e três horas, seu marido muitas das vezes dormia no sofá e
nunca abria a porta para a entrada de sua esposa.
Na
sexta feira, por volta de dez para as vinte e três horas, ele acorda e escuta o
ronco do motor do automóvel e logo em seguida minha sobrinha entra porta à
dentro, com isso o pau comeu entre eles.
Ele passa acusar que ela esta
saindo com o patrão e ela o acusa de ser um nada.
Já quase cinco da manhã do sábado
os vizinhos não aguentam e chamam a polícia para eles.
O rapaz
tinha dado uns petelecos na minha sobrinha, também com certeza ela deve de ter
merecido, pois ela é dessas moças que com duas ou três palavras ditas, já joga
tudo que encontra pela frente e deve de ter acertado o rapaz.
Sei disso porque ele é muito
calmo, um bobão mesmo, todos fazem o que quer dele.
Neste dia acho que a veia dele
corria ao contrario.
Bem estando na delegacia a minha
sobrinha ainda disse ao delegado que aquilo não passava de uma simples
briguinha e ela não tinha nada a queixar do seu amor.
Isso é interessante tinha tomado
uns safanãos, mas estava tudo bem entre eles, no caminho de volta ainda vieram abraçados,
como se não tivesse tido nada.
No domingo pela manhã vieram até minha casa e
minha sobrinha contou-me o que tinha acontecido.
Dei uma de João migué e sai para
um canto e conversei com ela, que me pediu conselhos, ora conselhos não se dá,
mas se o causo foi o de ter vindo morar na cidade então volte para o sítio e
viva a vida que desde sempre tiveram.
E foi isto que aconteceu, hoje
faz cinco anos que passou esta história e eles estão vivendo muito bem, compraram
moveis novos, reformaram novamente a casinha pé de serra, tem umas vaquinhas
onde minha sobrinha tira-se o leite que é vendido para cooperativa e seu marido
continua trabalhando aqui e ali.
Acho eu, que devemos ver no
inicio, antes que o mal aconteça se isto ou aquilo será bom para se ter.
Pelo que meu irmão conta, desde o
dia em que voltaram para o sitio não tiveram sequer uma discutição ou qualquer
tipo de desentendimento, ali estão vivendo uma vida digna, não que na cidade
não tenha vida virtuosa, mas deve-se saber onde andas e dirás perfeitamente que
tu és, é o verdadeiro ditado.
Há pessoas que não foram feitas
para viver longe do mato e é no mato que se tem a paz.
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