Não sei como nossas duplas sertanejas de hoje não tem vergonha
em dizer que são sertanejos.
Eu penso que estes meninos e meninas nem sabem o que quer dizer caipiras
ou sertanejo; caipira ou sertanejo saíram do mato e com os matutos, marimbondos-caboclos
de calos nas mãos fizeram duetos com seus instrumentos de cordas, cantando com
todo jeito e pronuncia de campesinos.
Uma vergonha para nós que ainda estamos aqui dentro da campina e
ainda com nossos costumes e dizeres.
Mas sei também que partiram para este lado para ganhar soma de cobres
para satisfazerem seus desejos da louca vida de cidade.
Não deixaram o suor de sangue falar mais alto, estão agora com
seus suores de ilusão de estar em primeiro lugar nas paradas e ter sempre a mídia
a seus pés.
O campesino não evidenciava isto, eles, os que são verdadeiros
do mato catavam alegria de um sorriso dentro dos olhos de seus ouvintes.
Ali naquelas vozes campineiras existia um som vindo do peito impulsionado
pelo coração que batia com o sangue da compostura.
Só de exemplo, ouçam o
cantar de Zico Dias e Ferrinho, Laureano e Soares, Mandi e Sorocabinha e Mariano e Caçula.
Estes foram as primeiras duplas a cantar principalmente as
chamadas modas
de viola, principalmente ligada à realidade caipira ou então ouçam Zé carreiro
e carreirinho, Zé do Rancho Zé do Pinho, Tonico e Tinoco, Craveiro e cravinho ou mesmo o duo irmãs Castros e Cascatinha e Inhana
e muito mais.
Sintam dentro da alma se o rural é ou não é por aí e não a ganha
lucro de hoje em dia e aonde esta a goela?
Um caipira ou sertanejo tem por obrigação e dever ser mesmo campestre,
a musica sertaneja veio do campo e não é com qualquer aumento de instrumentos ou
ajuda de aparelhagem para dar efeito na voz que se pode dizer que é um cantor
rural.
O cantador roceiro tem que ter alma, espírito, peito, coração
e garganta sem apagar uma vela encostada em seus beiços.
E ponto o resto é e é e mais nada que é.
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