A Direita, a
Extrema-Direita e a Condenação de Jesus: Um Paralelo Histórico que Persiste.
Poucos dizem abertamente, mas todos um dia
precisam saber: Jesus foi condenado por uma combinação de interesses
religiosos e políticos, orquestrada entre líderes religiosos e autoridades
do poder. Não foi apenas um julgamento injusto, mas um ato político
cuidadosamente calculado, fruto do medo, da hipocrisia e da conveniência de
quem temia perder o controle sobre o povo.
Jesus incomodava. Sua mensagem de amor,
justiça, igualdade e partilha afrontava tanto os líderes religiosos, que viviam
da opressão e da lei fria, quanto os governantes, que sustentavam o império à
base da força e da submissão. Ele representava uma ameaça ao sistema
estabelecido — pregava a liberdade interior, o valor do ser humano acima
das instituições, e isso jamais agradou aos que se beneficiam da desigualdade e
do autoritarismo.
A figura de
Pilatos e o poder covarde
O governador Pôncio Pilatos,
representante direto, tinha a autoridade máxima para aplicar a pena capital.
Foi ele quem assinou a sentença, mesmo tentando parecer neutro. A cena em que
“lava as mãos” é, na verdade, um símbolo da covardia política: o típico
gesto do governante que finge não se envolver, mas se beneficia do resultado.
Pilatos representa aquele tipo de líder que
existe até hoje — o que se diz “moderado”, “imparcial”, mas que na prática serve
ao poder e não à justiça. Assim como ele, muitos políticos da chamada
direita e extrema-direita usam o discurso da moral e da ordem, mas quando o
povo sofre, preferem lavar as mãos. Fingem neutralidade enquanto condenam
inocentes pelas decisões que tomam ou permitem.
A estrutura da
direita desde os tempos antigos
A direita de ontem e a extrema-direita de hoje
têm uma semelhança gritante: dizem uma coisa pela manhã e desdizem à tarde.
São contraditórios por natureza, porque não acreditam nem neles mesmos. Vivem
de aparências, de promessas vazias e da manipulação dos mais simples. E o pior:
tentam convencer a todos de que representam a verdade e os valores cristãos,
quando na prática agem contra tudo que Jesus ensinou.
“Deus, Pátria,
Família”: o velho disfarce do autoritarismo
Décadas, séculos se passaram, e o mundo mudou —
mas o discurso da direita conservadora continua o mesmo. Durante as
campanhas eleitorais e momentos de crise, slogans como “Deus, Pátria,
Família” ressurgem com força, tentando pintar de fé e moralidade o que, na
verdade, é controle e intolerância. Esse lema não nasceu do amor a Deus, mas do
medo da liberdade.
Ele foi usado por regimes totalitários como o Integralismo
Brasileiro, inspirado diretamente no fascismo europeu dos anos 1930,
sob o domínio de Benito Mussolini e Adolf Hitler. Em nome de Deus
e da pátria, esses regimes promoveram perseguições, censura, tortura e morte.
Era a fé transformada em instrumento de opressão — exatamente como fizeram com
Jesus.
Nesses movimentos, “Deus” servia para
justificar o autoritarismo; “pátria”, para impor o nacionalismo cego; e
“família”, para reprimir qualquer ideia que fugisse do padrão que o poder
queria manter. São ideologias que sempre temeram a liberdade e a igualdade,
porque sabem que o povo consciente é o fim de seus privilégios.
A manipulação
do sagrado
Há uma contradição evidente nesses grupos:
falam em nome de Deus, mas suas ações são contrárias ao evangelho. Jesus pregou
o amor, o perdão, a compaixão e a partilha. Já os que se dizem defensores da
“fé” dentro da política pregam o ódio, a exclusão, o armamento, a intolerância
e o desprezo pelos mais pobres. Usam a Bíblia como bandeira, mas não a leem com
o coração — leem como quem busca justificar o poder e não servir à verdade.
Quando líderes políticos usam o nome de Deus
para ganhar votos, estão repetindo o mesmo erro — ou o mesmo crime — de Pilatos,
Caifás, Benito Mussolini e Adolf Hitler: usam a fé como ferramenta de
manipulação. Assim como os líderes religiosos da época de Jesus temiam
perder o controle sobre o povo, hoje também muitos líderes da extrema-direita
temem perder seu domínio sobre as mentes e corações dos fiéis.
A insanidade do
fanatismo
A direita e a extrema-direita vivem uma obsessão
perigosa: acreditam que quem não está com eles está “fora de tudo”. Esse
pensamento divide, destrói, exclui. É o mesmo espírito que levou à crucificação
— o medo de quem pensa diferente, o ódio a quem questiona o poder. São pessoas
presas ao passado, que confundem fé com imposição e confundem pátria com
propriedade. Querem mandar no corpo, na fé, no voto e até no pensamento dos
outros.
Conclusão: A
história se repete
Por isso, compreender a história não é apenas
olhar para o passado — é um ato de vigilância. Enquanto houver quem use o nome
de Deus para dominar, quem desvirtue a fé para oprimir, e quem lave as mãos
diante da injustiça, a cena de Pilatos continuará se repetindo, e Cristo
continuará sendo crucificado todos os dias — nas periferias, nos pobres, nos
diferentes, nos oprimidos e em todos os que ousam pensar com o coração livre.
O Caminho dos Humildes e a
Escolha que Define o Lado de Deus
Os humildes, os pobres, os trabalhadores, os
sonhadores que carregam nas costas o peso da vida e a esperança de um futuro
melhor — esses jamais deveriam se deixar enganar pelos discursos da direita e
da extrema-direita. Esses grupos nunca caminharam ao lado do povo, nunca
sentiram a dor da fome, nunca entenderam o valor de um prato de comida ou de um
salário justo. Falam em “Deus”, mas vivem de enganar; falam em “família”, mas
desprezam as famílias simples; falam em “pátria”, mas vendem o país ao primeiro
interesse que lhes convém.
Quem acredita em Jesus não pode caminhar ao
lado de quem o crucificaria de novo. Quem tem fé no amor e na justiça não pode
apoiar quem faz da fé um instrumento de mentira.
O trabalhador, o agricultor, o estudante, a mãe
de família, o sonhador que busca dias melhores — todos esses pertencem ao povo
de Deus, e não ao exército da intolerância. O verdadeiro cristão não se
curva diante do ódio. O verdadeiro patriota não destrói seu próprio povo. E o
verdadeiro homem de fé sabe que Jesus jamais escolheria o lado dos ricos e
poderosos que exploram os pobres em nome de Deus.
Que cada um olhe para dentro de si e lembre: Deus
está com os humildes, com os que têm mãos calejadas, corações limpos e fé
sincera. Jesus está com os que buscam a verdade, não com os que a usam para
dominar. E enquanto houver quem escolha o amor em vez do medo, a solidariedade
em vez do lucro, e a justiça em vez da conveniência — o Reino de Deus
continuará vivo entre nós.

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