Besta Fera Noturna.
Em meados de um
tempo não conhecido, talvez acontecesse o fato a ser dito e narrado por muitos
antes, em um arraial ou mesmo em uma colônia de moradores rurais do outro lado
do mundo, jamais foi dito com certeza onde começou/ou mesmo se foi verdadeiro.
Uns dizem que
foi uma tragédia em uma pequena família, outros sim dizem que foi a maldição
lançada por um deus Satã, conta se que em algum lugar não notório, uma linda
moça criatura de espetacular beleza se sentia muito triste e só por não ter
ninguém a seu lado.
E isto se dava
por ser muito bela, com tanta beleza os moços se afastavam de vergonha ou mesmo
acharem que eles não eram suficientemente compatíveis para ela, assim fugia
sempre quando por perto ela chegava.
A linda moça era
de tal perfeição que não existia quem dizia o contrario, todos que a conhecia
ficavam encantados e notoriamente se curvava perante sua divindade e beleza.
Pela formosura
que a recebera em seu nascer ela deveria estar sempre animada ou mesmo contente
com tudo, não, não a moça mesmo sendo da mais perfeita perfeição trazia no
olhar tristeza e lagrimar.
Todos que a via
nem notara sua agonia, pois ela nem sempre passava aos olhos a solidão que
carregava dentro do íntimo a não ser sua melhor amiga Negrinha, que sabia de
tudo.
Negrinha era sua melhor companheira,
as duas sempre juntas mesmo contra o que a família impunha, pois eles jamais
aceitaram o apego das duas, nem por decreto a moça de beleza incalculável
separa da pequena pretinha de sangue nobre.
Aquela pretinha
tinha um sangue nobre não por vim de uma família de endinheirados, mas sim por
ser culta em compreensão e no entendimento de tudo.
Ela a Negrinha
era de um dom divino de dar inveja, por isso à moça de divindade e beleza,
mesmo sendo de sangue de tom diferente querendo ou não sua família ela mantinha
a grande amizade pela pretinha.
Era de causar
manifesto naquele tempo, onde jamais se viam misturar as raças, pai e mãe
sempre enlouquecidos com o fato da filha de grande beleza estar andando com a
Negrinha.
Em algumas
ocasiões frente à moça o pai amaldiçoava tanto a filha como sua amiga, a mãe
ate tentava não influenciar muito, mas no intimo não permitia aquela amizade de
duas moças de planos diferentes.
Ela por dias
ficava tristonha, mas jamais deixaria aquela amizade com sua melhor amiga de muito
tempo.
Por vezes quando
ouvia o amaldiçoar do pai ela entristecida saia indo para a beira da lagoa,
ficando por horas mirando seu lindo rosto no espelhar da água.
Aquela tristeza
que trazia em seu olhar por não ter ninguém que a compreendesse fazia com seus
olhos sempre permanecesse em um lagrimar, principalmente quando a frente do
refletir da água parada da lagoa, quando avivava o vento e as marés em linhas
passavam seu olhar tornava-se quebradiço.
Certa vez o pai
da moça não agüentado aquele conflito dentro de si por ver a filha sempre junto
com a Negrinha manda fazer uma tocaia para a mocinha,
O caminho sempre
era o mesmo quando ela vinha ou ia da casa da moça, por isso o senhor pai da
beleza planeja a execução, seus capangas escondem-se em uma moita e na
travessia da Negrinha eles a matam com cacetadas de pau Candeia.
Aquelas pauladas
foram tantas que a Negrinha ficou completamente destruída, seus ossos
dissolveram como que se moídos em moinho d - água.
Deixaram a
Negrinha jogada na barranqueira toda arrebentada, ate que alguém a o achou e
como não existia cemitério a enterraram ali perto na curva da cava morta, onde
colocaram uma cruz com alguns dizeres, eis com o tempo os familiares fizeram
uma mini-cabana.
Aquela
mini-cabana servia para muitos como amparo de chuvas ou mesmo dos cansados que
estavam indo ou voltando de algum lugar.
Ali na cabana
colocaram em cima de um balcão de pedras uma escultura da moça negra feita em
madeira branca, onde muitos na época diziam que via no entrar da noite a
Negrinha circulando por dentro do casebre sem porta.
Com a morte da Negrinha a amiga se
tornou ainda mais triste, pois sabia que algo estranho tinha acontecido com
aquela sua amiga, quase toda tardinha ela ia a cabana conversar a esmo.
Certo dia sendo
em uma quinta feira e na data que completava um ano em que a pretinha foi
morta, sua amiga a moça de beleza incalculável adentra a cabana para mais uma
visita e quem sabe conversar ao acaso, mas foi grande sua surpresa quando notou
mesmo ainda estando do lado de fora que lá dentro tinha um vulto circulando.
A moça sendo de
coragem adentra mesmo assim e fala com aquele vulto quem não lhes da resposta
alguma, muito conversou com aquela figura sem obter nada em troca sai ainda
mais chateada com o acontecido, sabia ela que era sua amiga que estivesse ali.
A moça passa o
resto do tempo daquela noite sem dizer nada a ninguém ate que no outro dia de
manhã vai ao lago e faz um pedido ao léu, olhando seu semblante no espelho da
água.
Um sussurro como
que sendo de uma voz vindo do além assopra algo em seu ouvido, dizendo, lhes
darei o mundo se tu ficares para sempre comigo.
Enlouquecida a
moça levanta e sai um pouco sem rumo, como poderia ser aquilo, sempre fizera
pedidos aos céus para que tudo desse certo, mas agora tinha uma proposta em
seus ouvidos da qual não sabia o que seria.
Uma proposta
vindo do além, será para ter um casamento ou coisa parecida, retorna ao lago e
novamente pergunta o que seria.
No espelhar da
água vê não mais seu rosto e sim uma figura de um misturado animal com humano,
aquele formato era de assustar qualquer um que o visse, sua forma era
completamente deformada, a moça imaginava que era com o balançar da água.
Sendo de muita
coragem a moça pergunta o que seria aquela coisa estranha e imunda que lhe
apresentava aos teus olhos.
Responde agora
em som claro, se ficares comigo darei o mundo, se não quiseres sofreras de
banzo como escravo no tronco sendo chibatado.
Ela ouvindo
daquela coisa esquisita que não era nem bicho nem homem estas palavras, diz que
jamais ficarias com um formato que só ela poderia ver e ainda mais sendo do
mau, outra vez a proposta foi feita, ela novamente diz não e aquele misturado
animal figura indesejável lhes diz.
Já que não
queres não obrigarei, mas seu mundo será de insatisfação para além-túmulo e em
todo aquele que tocar e sangue vierem serás ele fruto do mundo desconhecido,
que darás seqüência sem finito.
A moça bela com
sua mão balança o espelho d – água para
tentar não ver a figura estranha, mas nada adiantava continuava a vê-lo, mesmo
estando de pé.
Como poderia ser
uma coisa dessas, pensava a linda moça, pois ela mesma sendo de uma família de
dote, jamais ofendera alguém ou mesmo o tinha ruindade para com outros e muito
menos dentro de si.
Aqueles
pensamentos a corroíam por dentro, mas o que fazer se nem mesmo sabia se aquilo
que aconteceu com ela na beira da lagoa era verdade, voltou para casa.
Dias se passam e
a moça não tirava da idéia aqueles pensamentos malucos, coisas estranhas a sua
volta começavam a se dar, como ruídos forasteiros dentro do quarto ou mesmo ao
longe de sua casa ela via vultos, ouvia sons.
Aquela moça
estava ficando completamente enlouquecida com tanta coisa de ruim que vinha a
seu redor, certo começo de noite não mais suportando sai procurando um lugar
para se esconder do que ouvia em seus ouvidos.
Endoidecida
praticamente correndo indo ao rumo da casinha feita para prestigiar a Negrinha,
no meio do caminho encontra-se com um garoto de uns doze anos e este mancebo
tinha muita imaginação por ela.
O jovem ao
indagá-la por alguma coisa, ela o faz deitar se em pratica de volúpia selvagem,
ali mesmo naquele capim rasteiro a moça e o garoto fazem sexo como animais
ferozes e aonde ela fere toda a costa do adolescente.
Com aqueles
arranhares em suas unhas grande pedaços de pele é grudado e por todo o lombo do
garoto fica ensanguentado.
Ela se deliciava
com o que estava acontecendo e o jovem nem percebia que em seu corpo marejava
por todo ele sangue vivo.
Como animal fez
tudo que era possível com o garoto, assim usou o ate o finalmente, quando já
anoitecia e a lua cheia saia com um brilhar iluminador, terminado a moça sai em
trajetória de uma mata onde com um cipó se enforca.
Por dias ela
ficou no mato ate que os caçadores a o encontraram e desde aquele dia do
selvagem sexo o mancebozinho não mais falou coisa com coisa e quando dá se lua
cheia ele desaparece por sete dias seguidos.
Muitos dizeres da época, uns contam
que a moça bela e bonita poderia ter salvado a Negrinha da morte a deixando sua
amizade avassaladora para traz, já outros dizem que as duas tinham certo amor
em comum.
Com muitos
dizeres ninguém sabe exatamente o que aconteceu, só sabem que apartir daqueles
acontecidos o garotinho ficou estranho principalmente nas luas cheia, de onde
muitos dizem que é daí que surgiu a Besta Fera Noturna.
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