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domingo, 16 de agosto de 2015

Súdito asilado.

Súdito asilado.
Gosto do modo como lidamos com nós.
 Dois estranhos para o mundo e tão conhecidos um pelo outro.
Se pudesse descrever em uma palavra, cumplicidade alcançaria algum lugar perto do que somos.
É que o que não é formalizado não tem definição.
E quem precisa de definições, títulos ou rótulos quando tudo o que mais queremos é a ocultez e discrição!
O importante é que somos.
E eis a graça da coisa: ser sem ser.
O que é visível aos olhos nem sempre respeita o compromisso com a verdade.
Nós, com toda invisibilidade desproposital, somos verdade.
Somos a contraditória vaidade escondida.
Como algo belo criado para não ser visto.
O tenho sem depender tê-lo.
E não sendo sua mesmo sendo, alço voos altos nos céus do anonimato.
Só você sabe de mim e eu, de você.


E juntos somos o mais lindo casal que não existe.
Ao menos não para o mundo.
O tenho sem posse.
Sem domínio.
O tenho simplesmente.
E, tendo sem tê-lo, é a mais sublime maneira de tê-lo.
O desejo e expectativa de tê-lo sobrepõem-se à realização.
Como uma constante busca por aquilo que não se quer encontrar.
Somente para que nunca se contente com o que se achou.
Busco-te.
A cada instante.
Antes mesmo de pensar em buscar, eu te busco.
E se o encontro, o perco novamente.
E então você me busca até que me encontra.
E quando te encontro, me perco outra vez.
Somos os mais perdidos deste mundo.
Mas dentro de mim eu sempre te encontro.
Caso eu o perca de uma vez, quem saberá da minha perda?

Quem saberá da minha dor além de mim?

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